quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mel Testamento.

É, mel, não meu. Afinal, eu sou a Mel, não a Meu. Tá, sem piadas. O momento é triste, tipo, espero que seja, já que eu morri.

Enfim, aqui vai meu testamento.

Primeiramente, quero dizer que amo toda a minha família e que não quero que chorem muito por mim. Amigas, amigos e conhecidos também entram na categoria família, sim?

Chorem (se não vou me sentir no vácuo e isso vai ser deprimente) mas não demais. Tipo, chorem que nem a Bibi vendo que tem um autografo para ela da Meg no meu Avalon High. Não como eu hoje, dia 29/10/09. Que seja.

Quero ser cremada e depois jogada em uma árvore BEM GRANDE com uma COLMEIA (que perdeu o acento, assim como ideia). É que a ideia que é que vocês se lembrem de mim ao ver uma abelha, não meu tumulo.
Er... what else?

Antes de ser cremada, me afoguem, me dêem três tiros na testa e me enforquem. Eu realmente ficarei muito incomodada se acordar no forno. Vou achar que é o inferno e... argh.

Não quero nenhuma padre na minha cerimônia. Sou atéia, apesar disso não ter sido divulgado antes.

Bem, quando aos meus bens. Hihi, rimou! Lindo, não? Tá, não. Eu morri. E vou perseguir até o fim do mundo – que é o primeiro lugar que eu quero conhecer, agora que já morri. Se bem que é capaz dele ser o meu armário.. hmm. Pelo menos é o que a mamãe diz – quem tiver rido dessa piada. Foi péssima. PESSIMA.

Ah, a Tácia pode ter rido, já que ela tem senso de humor parecido com o meu e eu ri alto escrevendo isso.

Foco, Mel, foco.

Certo.

1 - ) Todos os meus livros serão dados para Beatriz Razzini, que poderá dividir com Paula Sobral. Se tiver algum que nenhuma delas queira, que sejam doados à minha biblioteca. Sim, eu vou ter uma biblioteca e quem reclamar morre – que nem eu.
2 - ) Meu computador será dado para o Hike, assim como nosso caro companheiro SABAV. É que o computador dele é muuuuito lento e o meu é supersônico. Então...
3 - ) O Jesus, meu iPod deverá ser entregue para a Tácia, junto com minha coleção de Harry Potters.
4 - ) Meus dólares agora são da minha mãe, que vai transformá-los em reais e então em roupas novas.
5 - ) Meu quarto vai ser ou o novo quarto de TV, ou a central de treinamento do Pe. Todos os meus jogos de computador, jogos de tabuleiro e brinquedos também vão para ele.
6 – ) A Shiriba continuará morando na casa do papai, mas agora será do Pedro.
7 - ) O papai ganha todos os meus trabalhos de história e desenhos, que estão em algum lugar do meu quarto.
8 - ) Os nomes dos personagens de Adeus, Eu Acho deverão ser alterados e então quero que o conto – que na verdade é um livro – seja enviado para uma editora. Mas isso só vai acontecer se o Hike permitir, naturalmente. É que eu não quero que ele volte a me odiar, tipo, odiar meu cadáver.
9 - ) Meus textos e poesias serão da Júlia Forbes, pessoa que eu mais admiro no mundo.
10 - ) Podem fazer o que quiserem com meus móveis, really. Eu não ligo para eles.
11 - ) Mas minhas músicas devem ser queimadas comigo. Vai que só ouvem funk no inferno, não é mesmo? Ou algum outro “tipo” terrível de música, como axé. Talvez eu não vá para o inferno, talvez seja o céu meu destino, mas todo mundo cansa de ouvir clássica. E talvez não exista nem céu, nem inferno, daí eu vou ficar no vazio e preciso de alguma coisa para fazer para passar o tempo.
12 - ) Minhas roupas serão doadas para quem quiser, também não ligo para elas, contanto que seja queimada com a mais linda de todas, que eu não sei qual é.
13 - ) Minha maquiagem agora é da Tácia.
14 - ) As coisas que eu estou esquecendo vão para a Bia, junto com Missão Princesa (cabe à ela terminá-lo) e todas as nossas fotos juntas.
15 - ) Para a Lara, meus cadernos da escola – para ela copiar, se quiser – e... meu livro autografado da Meg, junto com o direito de chamar de seu, o Cal, nosso gostosão.
16 - ) Eu quero deixar alguma coisa para a Paulinha, mas não sei o que. Então se ela quiser alguma coisa que a minha mãe considere aceitável, ta valendo.
17 - ) Para Uli deixo meus doces (escondidos atrás do casaco verde, no armário de uma porta só).
18 - ) Cabe a Bia Zanata cuidar de minha fazendinha. E meu MSN deve ser excluído.
19 - ) Bibi, gerencie meu Orkut, sim? E avise à todo mundo que eu morri, as meninas da NRA, eu digo.

Se eu lembrar de mais alguma coisa, deixo uma mensagem no espelho do infeliz que tomar banho quente.

Caso eu vire um fantasma, não assustem-se. Quer dizer, eu morro de medo de fantasmas, então vou ficar me balançando no balanço de deficientes do parquinho do clube o tempo todo, para relaxar. Depois vou assombrar a Lara e a Tácia, vai ser engraçado. Haha. Haha. Haha.

Hum... não se falta alguma coisa. Se faltar perguntem à therstig, ela é minha segunda mãe e saberá o que fazer.

Espero que sintam minha falta,

Xoxo,

Mel Geve

Ah, mandem um beijo para o Antônio Cláudio do Cyber Point do clube. E para o meu grupo da Bostra.

E para as pessoas que não estão aqui presentes.. sorry. Mas eu amo vocês também, só que não o bastante.

Beto, não chora, Beto, não chora.

Hey! Esperem! Tem outra coisa: eu estou sentindo que esqueci de alguém muito relevante, tipo meu pai, uma coisa assim. Se alguém descobrir quem é essa pessoa – se eu lembrar eu aviso -, lhe entreguem qualquer coisa, premio de consolação, sabe?

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Não, eu não vou me matar, senhoras e senhores. E morrer não está nos meus planos. Mas a Lara deu a ideia e eu gostei.

domingo, 25 de outubro de 2009

Music is my lover.


Li um dia desses no Escape, um post lindo e absoluto sobre música (Music is my boyfriend). E sobre como a música te faz seguir em frente, sobre a sensação de estar sendo compreendido, de poder seguir em frente. De ouvir a música e sentir a felicidade te invadindo, te completando, te restituindo. Ou de ficar triste. Ou sentir raiva.

Li sobre como a música é algo incrível, sobre como ela faz bem. E eu concordo, pois nada manipula alguém melhor do que uma música. Um bom artista transmite sentimento em sua obra. E é fantástico ter, em um pequeno aparelho, dezenas de dezenas de sentimentos. Dezenas e dezenas de memórias. É maravilhoso poder sentir saudade, ou raiva, ou alegria; ao ouvir uma pessoa cantar uma música, seja qual ela for. É mais maravilhoso ainda, é se sentir descrito ao ouvi-la.

E é tão curioso que, às vezes, por mais positiva que seja a música, passa uma mensagem triste. Estou me sentindo contraditória, mudemos de assunto.

Impressiona-me como uma música pode marcar um momento, mesmo sem que você perceba ou queira. Se ouço The Only Difference, do Panic! At The Disco, lembro-me da ex namorada de um amigo e de um acampamento que quase fui. Mas ao ouvir I Will Survive, da Gloria Gaynor, a lembrança é de uma peça de teatro incrível que assisti na sexta série. Eu só acho mágico ter um diário numa playlist, ou uma sessão de terapia ouvindo Jack Johnson. Se eu não conhecesse a música Scars, do Papa Roach, teria gasto uma pequena fortuna num divã, para entender que não é possível mudar ou esquecer o passado. Music is my lover, not my boyfriend, Jú.

Mas a melhor das sensações musicais é a de vazio. É de não existir, de ser só mais um corpo no universo, de não ser nada. E ser tudo. É aquela coisa de sentir seu coração batendo junto com a bateria, de não conseguir ouvir seus pensamentos, só a guitarra. De não precisar se mover. O que eu mais amo fazer ouvindo música é vegetar.

Simplesmente, pois estou o tempo todo ligada; pensando, agindo, respondendo, revisando, corrigindo, escrevendo, lendo, vendo, trocando, alimentando, limpando, organizando, consertando, filosofando, escutando, pedindo, esperando, observando, procurando, respirando, esquentando, andando, suando, estudando e outros gerúndios. E às vezes, a única coisa que quero é parar. Parar, ligar meu iPod no volume máximo, na música mais barulhenta e envolvente que tenho e desligar-me. Não dormir, nem meditar, desligar. Parar de funcionar. Ou, quando o caso é mais grave, ficar pulando feito uma louca, até descontar tudo o que estou sentindo no chão. Ou no espelho. Ou no papel. Ou simplesmente gritar o mais alto possível. Gritar mais alto que a música, gritar até alguém bater na porta e perguntar se está tudo bem, gritar.

Não tem coisa melhor do que ouvir música e não conseguir escutar o que está pensando. Sinto como se não fosse mais eu, como se não tivesse mais alguém morando em meu corpo; perco os sentidos, sou habitada por uma voz, seguida dos mais diversos instrumentos. Sou possuída pelo ritmo, mesmo sem saber dançar e... e a sensação de vazio se transforma em um liquido, que transborda e então me sinto ainda menor, como se não coubesse tantas emoções em mim. E a música começa a escapar por meus fios de cabelo, por meus dedos, por minha voz. Sinto-me plena, completa.

Agradeço todos os dias por não ter – ou saber onde comprar, ou saber se existe – um fone de ouvido à prova d’água e um snorkel. Se os tivesse, passaria o dia inteiro com a cabeça dentro de uma bacia ouvindo música. O mais alto possível. Seria incrível unir as duas sensações mais perfeitas do mundo. Não que exista alguma coisa que seja “do mundo”, já que o mundo é grande demais para ter um único “melhor” ou “pior”. Sei lá. E se eu pudesse escrever debaixo d’água ouvindo música? Nossa. Tenho que parar de pensar em como reproduzir o Eden na minha casa. Fato.

Music is not my boyfriend, afinal namorados são um problema. E exigem muito tempo e paciência. E machucam. E no fim vão embora. Music is my lover, pois o maior problema que um amante pode causar é não ser discreto o suficiente, e ser descoberto. Não, o amante não causa peso na consciência, o que causa é a ação de trair e isso não é culpa da secretária, ou do personal trainner gostoso. Apesar de que eu não traio, então não tenho como saber. Que seja.

Music is my lover. E que assim seja.

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Dedico esse post à Júlia, que é linda e absoluta e me inspirou a escrever tudo isso. E o meu querido iTouch, que é o melhor terapeuta da história, claro.

Escrito ouvindo We Are Golden, Mika

sábado, 24 de outubro de 2009

Menina do Rio

Era uma vez,
a menina do rio

Menina cheia de histórias encantadas,
menina doce, risonha, do rio.

Menina quase Iara,
menina dos sonhos, desejos, do rio.

Menina de palavras,
menina de letras, versos, do rio.

Menina que não é do rio,
e sim do mar.
Do mar do Rio.

Amo minha menina do rio.
Seja ele minúsculo ou minúsculo.


(23/10/09)
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Para Mari Guimarães, minha menina do Rio.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Abrace-me

Eu preciso de um abraço,
um que abrace, que ajude,
um que salve, que segure.

Preciso de alguém que aceite me montar,
Que resolva o quebra cabeças,
Que solucione o mistério,
Que cole.

Preciso de alguém, de um abraço,
De qualquer coisa que, arrume minha alma.
Um abraço que integre, que conserte.

Então, pare de olhar, de pensar, de agir.
Pare de ser quem é,
Pare. Só pare!

E me abrace.

(26/09/09)
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Poemas de uma Mel morta de sono.

Quem?

Seus olhos,
Suas palavras,
Seus gestos.

O que você faz,
Como você faz...
Tudo diz mais do que meras palavras de perdão.

Afinal, o que são palavras?

O que você é,
é muito mais do que quem você é.

(12/09/09)

Posso?


Se eu pudesse,
Só se eu pudesse.. mesmo que por um segundo.

Se eu pudesse...
Ah! Se eu pudesse.
Mesmo que só uma vez.

Se eu pudesse,
Mesmo se eu não pudesse...
Só se eu pudesse...

Se eu pudesse, eu poderia!

(9/09/09)