sábado, 21 de novembro de 2009

Palavras?



Palavras? Que palavras? Traidoras, estas, que fogem no momento em que são mais necessárias? Que evaporam, secam e somem quando chamadas? Palavras estas desaparecidas? “Palavras, palavras!” procuram desesperados. Mas estas divindades só surgem aos que merecem aos cheios de voz. “Palavras? Palavras?”, tento novamente. Entretanto, a elas nunca serei mais do que muda, louca que grita em silêncio.

domingo, 15 de novembro de 2009

E só continuo, continuo só.

Em um segundo, estava do meu lado, olhando-me, sorrindo.

Logo depois, seu olhar perdeu o brilho e seu sorriso congelou. E então, vi-te cair, uma ultima vez. Deitou-se pela ultima vez. Nunca mais deitaria, nunca mais levantaria. Nunca mais, nunca mais.

É, engraçado como a vida pode ser. O jeito que ela lida com as pessoas, a noção que nos dá de começo, meio e fim.

Aprendemos que somos imortais, para então ver quem amamos morrer. Aprendemos que temos tempo, que não precisamos nos preocupar com o fim, para então, perder quem amamos.

Aprendemos que o fim, na realidade, é um novo começo. E então perdemos o contato com aqueles que já foram.

Aprendemos que fantasmas não existem, para então nos apegar em lembranças.

Aprendemos que saudade é uma coisa boa, um sentimento feliz, e então o vemos quem amamos padecer, diante de nossos olhos.

Aprendemos que a vida é bela.

E então te vejo falecer.

Aprendo, sozinha, que todos vão embora.

Que nem sempre o que nos ensinam é verdade. E que não importa quantas pessoas estejam do meu lado, continuo sozinha. Aprendo que minha única amiga de verdade é a solidão. E que nem sempre estou feliz, nem sempre estou triste, nem sempre estou saudável, nem sempre estou brava. Mas sempre, sempre, sempre, estou só.

E só continuo. Continuo só.

Em um segundo, estava do meu lado, olhando-me, sorrindo.

Logo depois, seu olhar perdeu o brilho e seu sorriso congelou. E então, vi-te cair, uma ultima vez. Deitou-se pela ultima vez. Nunca mais deitaria, nunca mais levantaria. Nunca mais, nunca mais.

É, engraçado como a vida pode ser. O jeito que ela lida com as pessoas, a noção que nos dá de começo, meio e fim.

Aprendemos que somos imortais, para então ver quem amamos morrer. Aprendemos que temos tempo, que não precisamos nos preocupar com o fim, para então, perder quem amamos.

Aprendemos que o fim, na realidade, é um novo começo. E então perdemos o contato com aqueles que já foram.

Aprendemos que fantasmas não existem, para então nos apegar em lembranças.

Aprendemos que saudade é uma coisa boa, um sentimento feliz, e então o vemos quem amamos padecer, diante de nossos olhos.

Aprendemos que a vida é bela.

E então te vejo falecer.

Aprendo, sozinha, que todos vão embora.

Que nem sempre o que nos ensinam é verdade. E que não importa quantas pessoas estejam do meu lado, continuo sozinha. Aprendo que minha única amiga de verdade é a solidão. E que nem sempre estou feliz, nem sempre estou triste, nem sempre estou saudável, nem sempre estou brava. Mas sempre, sempre, sempre, estou só.

E só continuo. Continuo só.

sábado, 14 de novembro de 2009

Minha (in)capacidade

Oi, priminhos (se no CF os leitores são irmãozinhos, aqui são priminhos. Hike: reclamou, apanha) do coração da titia (é, da titia. u____u)!

Escrevi alguns posts atrás sobre a minha total incapacidade e sobre o quão inutil eu sou. Inutil, redundante (não perguntem como uma pessoa pode ser redundante, çin?) e irrelevante.

Eu sou inutil, fato consumado.

Apesar de não cometer muitos erros quando escrevo, não tenho aquela coisa que envolve a leitura, que prende a pessoa. Talvez não eu seja tão ruim como achei que fosse, mas ainda não sou boa a ponto de me considerar boa.

Que seja.

Escrevo esse post para contar o porquê de continuar escrevendo. Quer dizer, se eu sou tudo que digo ser, por que continuo postando coisas naquela merda de Missão Princesa (e o divulgando!!!) e aqui?

Simples, priminhos, simples: às vezes eu sou reconhecida. Não reconhecida, reconhecida. Mas às vezes eu estou no Google. Ou no blog da critura mais fofa da história da fofura: Paulinha.

E, às vezes, eu encontro um post para mim, no blog dela. E isso me deixa ridiculamente feliz, me faz ver estrelas - não de dor, de felicidade.

Então, continuo a escrever.

Nem que seja só para falar aquela palavrinha mágica...

Obrigada.

Queriamos querer, mas não queremos.

Ela queria. Queria loucamente ter todo o tempo do mundo para passar com ele. Para gastar com ele.

Ele queria. Queria querer ter tempo para ela. Mas, infelizmente, nada sentia.

Ela queria. Queria cegamente estar em seus braços, assumir que o amava, acolhe-lo sempre que preciso.

Ele queria. Queria querer. Mas não queria, pois não controlava o que queria e o que não queria.

Ele não queria ve-la sofrer.

Ela não queria sofrer, de forma alguma! Ela não queria sofrer. No entanto, ela sofria. Sofria por saber que ele simplesmente não queria.

Ele queria. Queria querer. Mas não queria.

E não querer a fazia sofrer em silêncio.

Só que o silêncio o fazia ver que sofria.

E ao vê-la sofrer, não sofria.

Queria, queria sofrer. Mas não sofria.

Ele queria poder dizer que todo aquele sentimento era recíproco.

E ela queria ouvir.

Mas não ouvia. Pois ele dizer não dizia.

E se dissesse, mentiria

E mesmo se ele não mentisse, ela não acreditaria.

Afinal, deixou de acreditar que, algum dia, pudesse ser mutuo.

Não seria. Nunca seria.

E por isso, sofria.

E ele queria, queria, queria. Ele queria querer.

Ela queria que ele quisesse.

Mas...


Ele nunca quis de verdade.

Sempre, sempre, sempre.

Sempre.
Sempre.
Pois sempre.
Sempre.
Sempre.
Até o fim da eternidade,
Sempre.

Sempre,
Sempre contigo,
Sempre sozinha.
Sempre.
(14-11-09)
_____________________

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mamãe Tubarão e Seus Tubarinos



Durante a tão conhecida semana do saco cheio, viajei com minha família para Recife, terra da minha mãe.

Ficamos hospedados na casa de meus padrinhos – que moram em um apartamento beira-mar, na praia de Boa Viagem (malz, gente) -, durante oito dias.

O mais agradável era pensar que, por conta da gripe suína, todas as pessoas da minha idade estavam enfurnadas em uma classe, tendo aulas. Eu, por outro lado, já estava com as passagens compradas e infelizmente (cofcofmentiracofcof), perdi alguns dias letivos.

Durante oito dias, minha maior dúvida era escolher entre a praia e a piscina. Minha maior preocupação era passar protetor solar e, minha maior diversão era ficar lendo os 6 livros que estavam comigo (além de um virtual, de um amigo). Minha maior vontade era comer mais uma tapioca e minha principal atividade era olhar o horizonte.

Ah, creio que é possível comentar que a única forma de tortura que funcionava comigo era a de dizer que em 7 (ou seis, ou cinco, ou quatro, ou três, ou dois, ou amanhã) dias eu iria embora.

Enfim, só queria descrever o paraíso, antes de contar da nossa maior aventura em Pernambuco.

A praia de Boa Viagem é linda, e como estávamos à turismo em uma semana normal, não tenho medo de afirmar que não havia praticamente ninguém disputando nosso espaço na areia.

Sempre uso a primeira pessoa do plural, refiro-me a mim e a minha mãe, que esteve comigo durante todo o tempo (e ajudou intensamente a tornar tudo inesquecível).

Voltando ao ponto: uma coisa que nos chamou a atenção foram as placas que haviam espalhadas pela praia, com avisos de “Cuidado com o Turbarão – Zona de Ataque”.

O fato de terem tubarões na água, naturalmente, não era o problema. E sim a disposição das tais placas.

Por que, em nome de Poseidon, haviam placas na frente da casa de meus tios, mas não dez metros à frente? Por que na casa de meus tios era perigoso se nadar e, se andássemos por dois minutos, não era mais? Como que eles sabiam que os tubarões não atacariam entre os prédios vermelhos? Hein?

Como eu e mamãe não tínhamos muito o que fazer, enquanto olhávamos o Montanha pular ondas e aguardávamos ansiosamente que ele aceitasse ir para a piscina (sem vendedores ambulantes, sem areia, sem tios chutando areia em nossos rostos e, principalmente, sem crianças nos molhando ao correr), começamos a criar hipóteses para a segurança da área em que estávamos.

Depois de horas e horas de reflexão e debates calorosos, chegamos à conclusão de que a mãe tubarão combinara com os tubarinos que eles tinham uma certa área para nadar. E que não deveriam, de forma alguma, invadir o pedaço dos banhistas.

Mamãe Tubarão: “Tubara, Tubis, Tubarito e Barãozinho, podem sair para nadar, só lembrem-se de ficar entre o prédio verde e a esquina da Magalhães, que é a nossa área, sim?”
Tubarinos: “Sim, mamãe!”
Mamãe Tubarão: “Não queremos ouvir mais reclamações. E não provoquem os turistas, certo?”
Tubarinos: “Certo, mamãe.”
Mamãe Tubarão: “Especialmente você, Tubis, que eu sei que adora meter medo nos cariocas”
Tubis: “Tá, tá, tá, mãe! Já ouvi!”
Mamãe Tubarão: “Ah, voltem antes da maré baixar, não quero que vocês fiquem presos nos arrecifes!”
Tubarinos: “Mãe!”
Mamãe Tubarão: “E não falem com estranhos!”

Tínhamos certeza de que a Mamãe Tubarão usava o mesmo esquema que nós usamos com o Montanha que, por estar vivendo o auge de seus sete anos, só podia nadar em uma determinada área.


Os dias se passaram, e estávamos felizes com nossa conclusão. Até que, na quinta feira, nos instalamos em na frente de um guarda-sol com dois salva-vidas .

_Fi, que tal você ir perguntar à eles das placas?
_Ah, Mã! Que mico. Eu morro de vergonha, você sabe.
_Mas.. vai ser divertido! E vai ser engraçado! Nós queremos saber, não queremos?
_Não, não queremos. Você quer, vai você. Oras...
_Filha, fala assim, ó: “moços, eu sou nativa daqui – ela começou, afinando a voz, na expectativa de imitar a minha -, coisa que vocês podem perceber pelo tom moreno da minha pele, e estava com uma duvida.. será que vocês poderiam me ajudar? É que eu estava me perguntando o por quê da localização das placas de aviso dos tubarões.. Quinze metros adiante é perigoso e aqui é seguro? Por que? É algum acordo que vocês tem com a Tubatuba? Que ela só deve nadar em algumas áreas? Eu e a minha mãe achamos que...” e daí você conta sua teoria! Nossa teoria! Vai, Fi! Vai ser engraçado. Eles não vão achar que você está os cantando e...
_Mamãe! – choraminguei.

Ela continuou falando, tentando me convencer. Uma hora conseguiu. Contra minha vontade, caminhei até a tal barraquinha.

_Oi, moços, com licença..
_Diga.
_É que eu não sou daqui e queria fazer uma pergunta... – senti meu rosto avermelhar.
_Faça.
_Por que as placas de tubarão não estão na praia inteira? Por acaso eles atacam ali e não se aproximam daqui?
_Então.. é que, na verdade, eles estão pela praia inteira. Só que nós colocamos as placas nos lugares com menos pessoas para que possamos agrupá-las, entende? Assim aumentamos o movimento em algumas regiões, assustando os tubarões e mantendo-os longe.
_Ah, tá. Eu e minha mãe achávamos que.. – e contei nossa teoria. Eles riram.

O que me deixou mais aliviada era que não eram bonitinhos, ou jovens. Só.. salva vidas.

E isso frustrou-me, já que sempre tive aquela visão de homens lindos, gostosos, fortes e.. aiai, ocupando esse posto.

Agradeci e voltei para minha esteira. Contei para mamãe de minha descoberta e ambas concordamos que nossa teoria era MUITO mais legal e que eles estavam mentindo para nós.


Honestamente? Fiquei com saudade da Mamãe Tubarão e de seus tubarinos.

Incapaz

Tenho lido frequentemente textos incríveis, de pessoas incríveis, em blogs incríveis. E isso acaba com o meu humor. Mas assim, acaba com estilo, pois depois que eu leio aquela enchente de metáforas, ideias, reclamações, sonhos e palavras, fico pensando no quão não-boa eu sou. Não sou ruim. Não escrevo mal. Pelo menos não mal a ponto de ser considerada péssima. Eu sei escrever, um pouco. E não, não estou sendo modesta, ou chata, esperando que digam que não, que sou ótima. Eu simplesmente não sou. Se sou, provem.

Bem, ao ler o que escrevem, perco a vontade – e a inspiração – de escrever. Nada que eu faça vai chegar aos pés do que leio. Isso frustra.

Viciei-me em Mario Quintana, pessoa que, pelo menos para mim, compete com Clarisse Linspector. Ambos brilhantes. Encanto-me. Fascino-me. E depois não consigo transformar toda essa admiração em palavras, coisa que me deixa ainda mais frustrada.

Que seja, vamos ao assunto do post: minha incapacidade.

Eu não sei dançar, nem cantar, nem tocar dezenas de instrumentos, não falo divinamente nenhuma língua e estou ficando insegura até pelo computador, que costumava ser meu refugio. Quer dizer, agora eu jogo duas palavras por frase no Eco4Planet (não uso mais o Google) para conferir a grafia e não postar errado. Não gosto de nenhuma atividade física - que não digitar. Mas eu não sei mais escrever bem. E isso não conta como exercício. Meu gosto musical é, basicamente, uma cópia do de meus amigos e eu leio mal em voz alta. Além disso, tenho o habito de roer unhas e não gosto de arrumar a cama. Sou um desastre em matemática e.. eu sou incapaz de assumir um monte de coisas, de me impor e de falar em público. Dedico-me principalmente a quem me rejeita e morro de vergonha de praticamente tudo. Sou incapaz.

A única coisa que me segurava eram as coisas que escrevia. Agora, nem isso mais tenho, pois descobri que não passo de uma pseudo-escritora. Ou de uma poseur-escritora, sei lá. Meu livro é um mar de futilidades em uma historinha infantil e adocicada. Esse blog é uma piada e meu conto... mano, meu conto é outro absurdo.


Eu sou incapaz. Cansei de escrever coisas ruins, e não sei o que fazer para melhorar, já que dou meu máximo e continuo não sendo boa o bastante.

Argh.

Se alguém ler isso – coisa que eu não acho provável, já que ninguém entra nessa droga -, vai me chamar de dramática, de exagerada, de ciumenta, invejosa e pá.

Eu não vou nem ouvir, também não sou capaz de ser essas coisas.

Agora, por favor, deixem-me viver meu momento Macabéa em paz.

Atenciosamente,

A Autora.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Diga-me o que digo-te.

Diga-me quem amas,
direi-te quem machucas,

Direi-te para amar-me,

Direi-te que não sou nada além de uma mortal,
uma mortal apaixonada,
fatalmente apaixonada,
apaixonada pela pessoa errada.

Digo-te que me ame,
digo-te que me abrace.
digo-te que sou tua.
digo-te que machuco-me,
olhando-te machucar-me,
digo-te que sofro,
sofro por sofrer.
Sofro por conta do amor que sinto,
e digo-te que amo-te,
e que amo-te silenciosa,
pois sei que amor calado,
é secreto e indolor.

Mas amando em silencio
sofro.
Então grito aos sete ventos
o que sinto
E rezo.
Que diga-me o que disse-te.
(06/11/09)

domingo, 1 de novembro de 2009

Minha Antítese

Quando nada é igual a tudo.
E tudo equivale a nada,
podemos afirmar que estamos no cheio e no vazio.

No dentro e no fora.
No preto e no branco.
No trabalho e na preguiça.
No quente e no frio.
No céu e no inferno.
No liquido e sólido.
No amor e no ódio.

Amo-te, odeio-te.

Nada é igual a tudo.
E tudo equivale a nada.

(22/10/09)
___________

As vezes me sinto só.











































































Sozinha.












































Perdida





































































































No eterno vazio entre palavras.






















































































(22/10/09)
______________