quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Minha descrição no orkut costumava ser muito bonitinha. Com linhas e linhas sobre recomeçar, sobre saudade, sobre o passado e sobre meus sonhos. Com frases e mais frases do que eu constumava ser. Cheia de quotes vindas de um aplicativo do iTouch, que falavam filosofias de manicure como “People that are too weak to follow their dreams, will always find ways to discourage yours”.

Só que eu percebi que nem tudo que eu dizia continuava sendo verdade. Até porquê, a verdade é só uma mentira convincente. As mentiras que eu tinha escrito, não estavam convencendo mais.

Não convenciam, pois eu não confio mais em todo mundo. Eu não acho que para se ver o arco-íris, se tem que passar pela tempestade – o arco íris é uma coisa rara, quase ninguém vê. E quando vê,vê um risco de três cores embaçado no céu. Não tem graça.

Eu não acredito mais que tem gente muito boa e gente um pouquinho não-tão-boa. Existem pessoas más, sim, tolinhos. Pessoas manipuladoras, interesseiras e que, como alguns dos seres abissais, atraem a pessoa com luz, à morte. Gente que só quer machucar, só quer superar, só quer vencer. E não vê problemas em pisar em cima de amigos para conseguir isso.

E quando percebo isso, fico triste. Triste de verdade. Não queria aceitar que alguém pudesse querer acabar comigo. Só que tem gente que quer acabar comigo, sim. Muita gente. Afinal, quanto mais alto você vai, mais visível você fica, mais gente cobiça sua posição e maior é a queda.

É, a vida é um livro. Mas nem sempre é você que o escreve, pois nem sempre acontecem as coisas que você planejava. Aliás, você é só mais um dos 8 bilhões de personagens. Até parece que [i]alguém[/i] vai prestar atenção em você. Ou cuidar da sua felicidade. Você tem que se virar, amigo. Ninguém vai fazer isso por você. Estamos todos sozinhos.

Nada é eterno. Nada acaba. O fim é só um remédio, que faz com que as pessoas sintam-se saciadas. O fim é só um jeito que acharam para acabar com o a esperança, ou com o sofrimento.

O problema é que esqueceram que, independente do número de voltas que o mundo dê, sempre acabará no mesmo lugar. No mesmo começo para uns; no mesmo meio para outros. Mas nunca no fim.



Talvez eu só esteja deprimida, desiludida ou com raiva e por isso escrevi tudo isso. Talvez ano que vem eu releia todas essas linhas, escritas tão rapidamente, e perceba que só falei besteira.

Por enquanto, acho que vale a pena postar.

Mas não faço questão que leiam, pois escrevo para mim e publico para mim.

Até 2010.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Complicando Coisa Simples

O ser humano é um bicho que gosta de complicar, simples assim. Desde o primórdios, o ser humano gosta de complicar.


Se eu tenho um boi, tenho um boi. Se são dois, é um mais um. Simples, não? Se eu tenho dois bois e meu vizinho tem quarto, nós temos, juntos, seis bois, não uma média de três bois por pessoa. E a renda per boi não é de três bois. É de, simplesmente, dois bois ou quatro bois. Pra quê complicar coisa simples?


Outro exemplo: quero construir um teatro. Vou lá e construo. Se cair, caiu. Se não der certo, não deu e pronto! Se cinco operários morrerem na obra, eu eu eu, antes eles do que eu. Ia morrer mais cedo ou mais tarde mesmo. Oras.. E então um cara – de óculos, para parecer mais inteligente – chega para mim e fala que consegue calcular um monte de coisas e me falar como fazer para o teatro não cair. ANTES QUE EU O CONSTRUA. Tá bom que eu acredito que o tio vai conseguir, através de números, prever o futuro. Mano, pra quê? Qual é a utilidade de saber se o prédio vai cair ou não antes que ele caia? Se eu pudesse, eu mandava queimá-lo na fogueira, junto com os bruxos. O que ele fumou para falar que com NÚMEROS consegue prever o futuro? E alterá-lo. Ah, e para melhorar, ele fala que isso é uma profissão, que ele é um engenheiro. Arrãm.


Entende meu ponto? Alguém me explica o motivo de ficar complicando coisa simples?


Outro caso: a mulher não consegue engravidar. Daí os tios vão lá, pegam o óvulo, pegam o esperma, colocam num potinho, fazem a fecundação e colocam de volta na mulher. Pra que complicar? Se ela não consegue engravidar, é porque não é para engravidar e ponto. Qual é a duvida nisso? “Ah, mas eu quero, é o meu sonho”, ok. Perdeu. Nem todo sonho vira realidade, vai arrumar outro e deixa os médicos cuidando da própria reprodução.


Daí, uma pessoa cria um post para falar do blog de outra. E uma dezena de leitores inconformados em ver a líder sendo criticada, metem o pau no tio. Yey. Ele pensa uma coisa. Ela outra. Pra quê complicar? Sim, ela ficou chateada. Sim, ele estava inconformado. Ambos escrevem para expor as ideias. A vida segue, infeliz. Complicar pra quê?

A vida é uma coisa tão ridiculamente simples! Até isso o ser humano inventou de complicar. Você nasce, vive como quer e morre. Se quiser viver estragando a vida dos outros, ok. Que viva assim. Quem vai pagar pelo que ele faz, é ele. E se não pagar, não pagou! “Mas ele me machucou, partiu meu coraçãozinho que agora vive numa redoma... eu sofri por dez meses sem parar..”, amiga, sofreu porquê quis, ou você é fraca a ponto de não controlar o que sente? Êta bichinho complicado.. argh. Eu não estou dizendo que as pessoas devem ser más umas com as outras. Só que não há necessidade de complicar. Se foi mau, foi e pronto. E não é que “foda-se”. É que poderia ser tão mais simples.


O ser humano é um bicho complicado. Tão complicado que complica até na hora de explicar como dá para ser simples.


Daí, como se não bastasse a complicação que criamos para nós mesmos, os outros começam a complicar. E quando não conseguem complicar mais a vida deles, resolvem vir complicar a nossa. E então surge a tão famosa escola.


E então surge um amigo meu, que diz ter a solução para TODOS os problemas através de uma fórmula.

Fórmula é bruxaria. Mas antes que eu o mande à fogueira junto com o companheiro do terceiro parágrafo, aprendo que P+LC=PR². E percebo que até para simplificar, o ser humano complica.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Vida Fácil

Quem: Buggy (14 anos) e seu irmão, Montanha (7 anos).

Onde: quarto aparentemente organizado, com um estojo e um caderno dividindo espaço com o monitor do computador e teclado. São Paulo.

Quando: uma tarde de dezembro, 2009.






MONTANHA: (entra correndo no quarto da irmã) Buggy, me faz uma coisa?


BUGGY: (sem tirar os olhos do computador) Hãn.


MONTANHA: Me ensina a ser você?


BUGGY: Hum?


MONTANHA: Eu quero ser você, Buggy, me ensina a ser você?


BUGGY: (olhando atentamente para o irmão) Não, Montanha, eu tenho ciúmes de mim mesma. Só

eu posso ser eu.


MONTANHA: Só me ensina, vai?


BUGGY: Não! (à parte) Por que ele quer ser eu? Logo eu?


MONTANHA: Eu quero ser você, Buggy. Sua vida é muito mais fácil que a minha.

sábado, 21 de novembro de 2009

Palavras?



Palavras? Que palavras? Traidoras, estas, que fogem no momento em que são mais necessárias? Que evaporam, secam e somem quando chamadas? Palavras estas desaparecidas? “Palavras, palavras!” procuram desesperados. Mas estas divindades só surgem aos que merecem aos cheios de voz. “Palavras? Palavras?”, tento novamente. Entretanto, a elas nunca serei mais do que muda, louca que grita em silêncio.

domingo, 15 de novembro de 2009

E só continuo, continuo só.

Em um segundo, estava do meu lado, olhando-me, sorrindo.

Logo depois, seu olhar perdeu o brilho e seu sorriso congelou. E então, vi-te cair, uma ultima vez. Deitou-se pela ultima vez. Nunca mais deitaria, nunca mais levantaria. Nunca mais, nunca mais.

É, engraçado como a vida pode ser. O jeito que ela lida com as pessoas, a noção que nos dá de começo, meio e fim.

Aprendemos que somos imortais, para então ver quem amamos morrer. Aprendemos que temos tempo, que não precisamos nos preocupar com o fim, para então, perder quem amamos.

Aprendemos que o fim, na realidade, é um novo começo. E então perdemos o contato com aqueles que já foram.

Aprendemos que fantasmas não existem, para então nos apegar em lembranças.

Aprendemos que saudade é uma coisa boa, um sentimento feliz, e então o vemos quem amamos padecer, diante de nossos olhos.

Aprendemos que a vida é bela.

E então te vejo falecer.

Aprendo, sozinha, que todos vão embora.

Que nem sempre o que nos ensinam é verdade. E que não importa quantas pessoas estejam do meu lado, continuo sozinha. Aprendo que minha única amiga de verdade é a solidão. E que nem sempre estou feliz, nem sempre estou triste, nem sempre estou saudável, nem sempre estou brava. Mas sempre, sempre, sempre, estou só.

E só continuo. Continuo só.

Em um segundo, estava do meu lado, olhando-me, sorrindo.

Logo depois, seu olhar perdeu o brilho e seu sorriso congelou. E então, vi-te cair, uma ultima vez. Deitou-se pela ultima vez. Nunca mais deitaria, nunca mais levantaria. Nunca mais, nunca mais.

É, engraçado como a vida pode ser. O jeito que ela lida com as pessoas, a noção que nos dá de começo, meio e fim.

Aprendemos que somos imortais, para então ver quem amamos morrer. Aprendemos que temos tempo, que não precisamos nos preocupar com o fim, para então, perder quem amamos.

Aprendemos que o fim, na realidade, é um novo começo. E então perdemos o contato com aqueles que já foram.

Aprendemos que fantasmas não existem, para então nos apegar em lembranças.

Aprendemos que saudade é uma coisa boa, um sentimento feliz, e então o vemos quem amamos padecer, diante de nossos olhos.

Aprendemos que a vida é bela.

E então te vejo falecer.

Aprendo, sozinha, que todos vão embora.

Que nem sempre o que nos ensinam é verdade. E que não importa quantas pessoas estejam do meu lado, continuo sozinha. Aprendo que minha única amiga de verdade é a solidão. E que nem sempre estou feliz, nem sempre estou triste, nem sempre estou saudável, nem sempre estou brava. Mas sempre, sempre, sempre, estou só.

E só continuo. Continuo só.

sábado, 14 de novembro de 2009

Minha (in)capacidade

Oi, priminhos (se no CF os leitores são irmãozinhos, aqui são priminhos. Hike: reclamou, apanha) do coração da titia (é, da titia. u____u)!

Escrevi alguns posts atrás sobre a minha total incapacidade e sobre o quão inutil eu sou. Inutil, redundante (não perguntem como uma pessoa pode ser redundante, çin?) e irrelevante.

Eu sou inutil, fato consumado.

Apesar de não cometer muitos erros quando escrevo, não tenho aquela coisa que envolve a leitura, que prende a pessoa. Talvez não eu seja tão ruim como achei que fosse, mas ainda não sou boa a ponto de me considerar boa.

Que seja.

Escrevo esse post para contar o porquê de continuar escrevendo. Quer dizer, se eu sou tudo que digo ser, por que continuo postando coisas naquela merda de Missão Princesa (e o divulgando!!!) e aqui?

Simples, priminhos, simples: às vezes eu sou reconhecida. Não reconhecida, reconhecida. Mas às vezes eu estou no Google. Ou no blog da critura mais fofa da história da fofura: Paulinha.

E, às vezes, eu encontro um post para mim, no blog dela. E isso me deixa ridiculamente feliz, me faz ver estrelas - não de dor, de felicidade.

Então, continuo a escrever.

Nem que seja só para falar aquela palavrinha mágica...

Obrigada.

Queriamos querer, mas não queremos.

Ela queria. Queria loucamente ter todo o tempo do mundo para passar com ele. Para gastar com ele.

Ele queria. Queria querer ter tempo para ela. Mas, infelizmente, nada sentia.

Ela queria. Queria cegamente estar em seus braços, assumir que o amava, acolhe-lo sempre que preciso.

Ele queria. Queria querer. Mas não queria, pois não controlava o que queria e o que não queria.

Ele não queria ve-la sofrer.

Ela não queria sofrer, de forma alguma! Ela não queria sofrer. No entanto, ela sofria. Sofria por saber que ele simplesmente não queria.

Ele queria. Queria querer. Mas não queria.

E não querer a fazia sofrer em silêncio.

Só que o silêncio o fazia ver que sofria.

E ao vê-la sofrer, não sofria.

Queria, queria sofrer. Mas não sofria.

Ele queria poder dizer que todo aquele sentimento era recíproco.

E ela queria ouvir.

Mas não ouvia. Pois ele dizer não dizia.

E se dissesse, mentiria

E mesmo se ele não mentisse, ela não acreditaria.

Afinal, deixou de acreditar que, algum dia, pudesse ser mutuo.

Não seria. Nunca seria.

E por isso, sofria.

E ele queria, queria, queria. Ele queria querer.

Ela queria que ele quisesse.

Mas...


Ele nunca quis de verdade.

Sempre, sempre, sempre.

Sempre.
Sempre.
Pois sempre.
Sempre.
Sempre.
Até o fim da eternidade,
Sempre.

Sempre,
Sempre contigo,
Sempre sozinha.
Sempre.
(14-11-09)
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mamãe Tubarão e Seus Tubarinos



Durante a tão conhecida semana do saco cheio, viajei com minha família para Recife, terra da minha mãe.

Ficamos hospedados na casa de meus padrinhos – que moram em um apartamento beira-mar, na praia de Boa Viagem (malz, gente) -, durante oito dias.

O mais agradável era pensar que, por conta da gripe suína, todas as pessoas da minha idade estavam enfurnadas em uma classe, tendo aulas. Eu, por outro lado, já estava com as passagens compradas e infelizmente (cofcofmentiracofcof), perdi alguns dias letivos.

Durante oito dias, minha maior dúvida era escolher entre a praia e a piscina. Minha maior preocupação era passar protetor solar e, minha maior diversão era ficar lendo os 6 livros que estavam comigo (além de um virtual, de um amigo). Minha maior vontade era comer mais uma tapioca e minha principal atividade era olhar o horizonte.

Ah, creio que é possível comentar que a única forma de tortura que funcionava comigo era a de dizer que em 7 (ou seis, ou cinco, ou quatro, ou três, ou dois, ou amanhã) dias eu iria embora.

Enfim, só queria descrever o paraíso, antes de contar da nossa maior aventura em Pernambuco.

A praia de Boa Viagem é linda, e como estávamos à turismo em uma semana normal, não tenho medo de afirmar que não havia praticamente ninguém disputando nosso espaço na areia.

Sempre uso a primeira pessoa do plural, refiro-me a mim e a minha mãe, que esteve comigo durante todo o tempo (e ajudou intensamente a tornar tudo inesquecível).

Voltando ao ponto: uma coisa que nos chamou a atenção foram as placas que haviam espalhadas pela praia, com avisos de “Cuidado com o Turbarão – Zona de Ataque”.

O fato de terem tubarões na água, naturalmente, não era o problema. E sim a disposição das tais placas.

Por que, em nome de Poseidon, haviam placas na frente da casa de meus tios, mas não dez metros à frente? Por que na casa de meus tios era perigoso se nadar e, se andássemos por dois minutos, não era mais? Como que eles sabiam que os tubarões não atacariam entre os prédios vermelhos? Hein?

Como eu e mamãe não tínhamos muito o que fazer, enquanto olhávamos o Montanha pular ondas e aguardávamos ansiosamente que ele aceitasse ir para a piscina (sem vendedores ambulantes, sem areia, sem tios chutando areia em nossos rostos e, principalmente, sem crianças nos molhando ao correr), começamos a criar hipóteses para a segurança da área em que estávamos.

Depois de horas e horas de reflexão e debates calorosos, chegamos à conclusão de que a mãe tubarão combinara com os tubarinos que eles tinham uma certa área para nadar. E que não deveriam, de forma alguma, invadir o pedaço dos banhistas.

Mamãe Tubarão: “Tubara, Tubis, Tubarito e Barãozinho, podem sair para nadar, só lembrem-se de ficar entre o prédio verde e a esquina da Magalhães, que é a nossa área, sim?”
Tubarinos: “Sim, mamãe!”
Mamãe Tubarão: “Não queremos ouvir mais reclamações. E não provoquem os turistas, certo?”
Tubarinos: “Certo, mamãe.”
Mamãe Tubarão: “Especialmente você, Tubis, que eu sei que adora meter medo nos cariocas”
Tubis: “Tá, tá, tá, mãe! Já ouvi!”
Mamãe Tubarão: “Ah, voltem antes da maré baixar, não quero que vocês fiquem presos nos arrecifes!”
Tubarinos: “Mãe!”
Mamãe Tubarão: “E não falem com estranhos!”

Tínhamos certeza de que a Mamãe Tubarão usava o mesmo esquema que nós usamos com o Montanha que, por estar vivendo o auge de seus sete anos, só podia nadar em uma determinada área.


Os dias se passaram, e estávamos felizes com nossa conclusão. Até que, na quinta feira, nos instalamos em na frente de um guarda-sol com dois salva-vidas .

_Fi, que tal você ir perguntar à eles das placas?
_Ah, Mã! Que mico. Eu morro de vergonha, você sabe.
_Mas.. vai ser divertido! E vai ser engraçado! Nós queremos saber, não queremos?
_Não, não queremos. Você quer, vai você. Oras...
_Filha, fala assim, ó: “moços, eu sou nativa daqui – ela começou, afinando a voz, na expectativa de imitar a minha -, coisa que vocês podem perceber pelo tom moreno da minha pele, e estava com uma duvida.. será que vocês poderiam me ajudar? É que eu estava me perguntando o por quê da localização das placas de aviso dos tubarões.. Quinze metros adiante é perigoso e aqui é seguro? Por que? É algum acordo que vocês tem com a Tubatuba? Que ela só deve nadar em algumas áreas? Eu e a minha mãe achamos que...” e daí você conta sua teoria! Nossa teoria! Vai, Fi! Vai ser engraçado. Eles não vão achar que você está os cantando e...
_Mamãe! – choraminguei.

Ela continuou falando, tentando me convencer. Uma hora conseguiu. Contra minha vontade, caminhei até a tal barraquinha.

_Oi, moços, com licença..
_Diga.
_É que eu não sou daqui e queria fazer uma pergunta... – senti meu rosto avermelhar.
_Faça.
_Por que as placas de tubarão não estão na praia inteira? Por acaso eles atacam ali e não se aproximam daqui?
_Então.. é que, na verdade, eles estão pela praia inteira. Só que nós colocamos as placas nos lugares com menos pessoas para que possamos agrupá-las, entende? Assim aumentamos o movimento em algumas regiões, assustando os tubarões e mantendo-os longe.
_Ah, tá. Eu e minha mãe achávamos que.. – e contei nossa teoria. Eles riram.

O que me deixou mais aliviada era que não eram bonitinhos, ou jovens. Só.. salva vidas.

E isso frustrou-me, já que sempre tive aquela visão de homens lindos, gostosos, fortes e.. aiai, ocupando esse posto.

Agradeci e voltei para minha esteira. Contei para mamãe de minha descoberta e ambas concordamos que nossa teoria era MUITO mais legal e que eles estavam mentindo para nós.


Honestamente? Fiquei com saudade da Mamãe Tubarão e de seus tubarinos.

Incapaz

Tenho lido frequentemente textos incríveis, de pessoas incríveis, em blogs incríveis. E isso acaba com o meu humor. Mas assim, acaba com estilo, pois depois que eu leio aquela enchente de metáforas, ideias, reclamações, sonhos e palavras, fico pensando no quão não-boa eu sou. Não sou ruim. Não escrevo mal. Pelo menos não mal a ponto de ser considerada péssima. Eu sei escrever, um pouco. E não, não estou sendo modesta, ou chata, esperando que digam que não, que sou ótima. Eu simplesmente não sou. Se sou, provem.

Bem, ao ler o que escrevem, perco a vontade – e a inspiração – de escrever. Nada que eu faça vai chegar aos pés do que leio. Isso frustra.

Viciei-me em Mario Quintana, pessoa que, pelo menos para mim, compete com Clarisse Linspector. Ambos brilhantes. Encanto-me. Fascino-me. E depois não consigo transformar toda essa admiração em palavras, coisa que me deixa ainda mais frustrada.

Que seja, vamos ao assunto do post: minha incapacidade.

Eu não sei dançar, nem cantar, nem tocar dezenas de instrumentos, não falo divinamente nenhuma língua e estou ficando insegura até pelo computador, que costumava ser meu refugio. Quer dizer, agora eu jogo duas palavras por frase no Eco4Planet (não uso mais o Google) para conferir a grafia e não postar errado. Não gosto de nenhuma atividade física - que não digitar. Mas eu não sei mais escrever bem. E isso não conta como exercício. Meu gosto musical é, basicamente, uma cópia do de meus amigos e eu leio mal em voz alta. Além disso, tenho o habito de roer unhas e não gosto de arrumar a cama. Sou um desastre em matemática e.. eu sou incapaz de assumir um monte de coisas, de me impor e de falar em público. Dedico-me principalmente a quem me rejeita e morro de vergonha de praticamente tudo. Sou incapaz.

A única coisa que me segurava eram as coisas que escrevia. Agora, nem isso mais tenho, pois descobri que não passo de uma pseudo-escritora. Ou de uma poseur-escritora, sei lá. Meu livro é um mar de futilidades em uma historinha infantil e adocicada. Esse blog é uma piada e meu conto... mano, meu conto é outro absurdo.


Eu sou incapaz. Cansei de escrever coisas ruins, e não sei o que fazer para melhorar, já que dou meu máximo e continuo não sendo boa o bastante.

Argh.

Se alguém ler isso – coisa que eu não acho provável, já que ninguém entra nessa droga -, vai me chamar de dramática, de exagerada, de ciumenta, invejosa e pá.

Eu não vou nem ouvir, também não sou capaz de ser essas coisas.

Agora, por favor, deixem-me viver meu momento Macabéa em paz.

Atenciosamente,

A Autora.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Diga-me o que digo-te.

Diga-me quem amas,
direi-te quem machucas,

Direi-te para amar-me,

Direi-te que não sou nada além de uma mortal,
uma mortal apaixonada,
fatalmente apaixonada,
apaixonada pela pessoa errada.

Digo-te que me ame,
digo-te que me abrace.
digo-te que sou tua.
digo-te que machuco-me,
olhando-te machucar-me,
digo-te que sofro,
sofro por sofrer.
Sofro por conta do amor que sinto,
e digo-te que amo-te,
e que amo-te silenciosa,
pois sei que amor calado,
é secreto e indolor.

Mas amando em silencio
sofro.
Então grito aos sete ventos
o que sinto
E rezo.
Que diga-me o que disse-te.
(06/11/09)

domingo, 1 de novembro de 2009

Minha Antítese

Quando nada é igual a tudo.
E tudo equivale a nada,
podemos afirmar que estamos no cheio e no vazio.

No dentro e no fora.
No preto e no branco.
No trabalho e na preguiça.
No quente e no frio.
No céu e no inferno.
No liquido e sólido.
No amor e no ódio.

Amo-te, odeio-te.

Nada é igual a tudo.
E tudo equivale a nada.

(22/10/09)
___________

As vezes me sinto só.











































































Sozinha.












































Perdida





































































































No eterno vazio entre palavras.






















































































(22/10/09)
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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mel Testamento.

É, mel, não meu. Afinal, eu sou a Mel, não a Meu. Tá, sem piadas. O momento é triste, tipo, espero que seja, já que eu morri.

Enfim, aqui vai meu testamento.

Primeiramente, quero dizer que amo toda a minha família e que não quero que chorem muito por mim. Amigas, amigos e conhecidos também entram na categoria família, sim?

Chorem (se não vou me sentir no vácuo e isso vai ser deprimente) mas não demais. Tipo, chorem que nem a Bibi vendo que tem um autografo para ela da Meg no meu Avalon High. Não como eu hoje, dia 29/10/09. Que seja.

Quero ser cremada e depois jogada em uma árvore BEM GRANDE com uma COLMEIA (que perdeu o acento, assim como ideia). É que a ideia que é que vocês se lembrem de mim ao ver uma abelha, não meu tumulo.
Er... what else?

Antes de ser cremada, me afoguem, me dêem três tiros na testa e me enforquem. Eu realmente ficarei muito incomodada se acordar no forno. Vou achar que é o inferno e... argh.

Não quero nenhuma padre na minha cerimônia. Sou atéia, apesar disso não ter sido divulgado antes.

Bem, quando aos meus bens. Hihi, rimou! Lindo, não? Tá, não. Eu morri. E vou perseguir até o fim do mundo – que é o primeiro lugar que eu quero conhecer, agora que já morri. Se bem que é capaz dele ser o meu armário.. hmm. Pelo menos é o que a mamãe diz – quem tiver rido dessa piada. Foi péssima. PESSIMA.

Ah, a Tácia pode ter rido, já que ela tem senso de humor parecido com o meu e eu ri alto escrevendo isso.

Foco, Mel, foco.

Certo.

1 - ) Todos os meus livros serão dados para Beatriz Razzini, que poderá dividir com Paula Sobral. Se tiver algum que nenhuma delas queira, que sejam doados à minha biblioteca. Sim, eu vou ter uma biblioteca e quem reclamar morre – que nem eu.
2 - ) Meu computador será dado para o Hike, assim como nosso caro companheiro SABAV. É que o computador dele é muuuuito lento e o meu é supersônico. Então...
3 - ) O Jesus, meu iPod deverá ser entregue para a Tácia, junto com minha coleção de Harry Potters.
4 - ) Meus dólares agora são da minha mãe, que vai transformá-los em reais e então em roupas novas.
5 - ) Meu quarto vai ser ou o novo quarto de TV, ou a central de treinamento do Pe. Todos os meus jogos de computador, jogos de tabuleiro e brinquedos também vão para ele.
6 – ) A Shiriba continuará morando na casa do papai, mas agora será do Pedro.
7 - ) O papai ganha todos os meus trabalhos de história e desenhos, que estão em algum lugar do meu quarto.
8 - ) Os nomes dos personagens de Adeus, Eu Acho deverão ser alterados e então quero que o conto – que na verdade é um livro – seja enviado para uma editora. Mas isso só vai acontecer se o Hike permitir, naturalmente. É que eu não quero que ele volte a me odiar, tipo, odiar meu cadáver.
9 - ) Meus textos e poesias serão da Júlia Forbes, pessoa que eu mais admiro no mundo.
10 - ) Podem fazer o que quiserem com meus móveis, really. Eu não ligo para eles.
11 - ) Mas minhas músicas devem ser queimadas comigo. Vai que só ouvem funk no inferno, não é mesmo? Ou algum outro “tipo” terrível de música, como axé. Talvez eu não vá para o inferno, talvez seja o céu meu destino, mas todo mundo cansa de ouvir clássica. E talvez não exista nem céu, nem inferno, daí eu vou ficar no vazio e preciso de alguma coisa para fazer para passar o tempo.
12 - ) Minhas roupas serão doadas para quem quiser, também não ligo para elas, contanto que seja queimada com a mais linda de todas, que eu não sei qual é.
13 - ) Minha maquiagem agora é da Tácia.
14 - ) As coisas que eu estou esquecendo vão para a Bia, junto com Missão Princesa (cabe à ela terminá-lo) e todas as nossas fotos juntas.
15 - ) Para a Lara, meus cadernos da escola – para ela copiar, se quiser – e... meu livro autografado da Meg, junto com o direito de chamar de seu, o Cal, nosso gostosão.
16 - ) Eu quero deixar alguma coisa para a Paulinha, mas não sei o que. Então se ela quiser alguma coisa que a minha mãe considere aceitável, ta valendo.
17 - ) Para Uli deixo meus doces (escondidos atrás do casaco verde, no armário de uma porta só).
18 - ) Cabe a Bia Zanata cuidar de minha fazendinha. E meu MSN deve ser excluído.
19 - ) Bibi, gerencie meu Orkut, sim? E avise à todo mundo que eu morri, as meninas da NRA, eu digo.

Se eu lembrar de mais alguma coisa, deixo uma mensagem no espelho do infeliz que tomar banho quente.

Caso eu vire um fantasma, não assustem-se. Quer dizer, eu morro de medo de fantasmas, então vou ficar me balançando no balanço de deficientes do parquinho do clube o tempo todo, para relaxar. Depois vou assombrar a Lara e a Tácia, vai ser engraçado. Haha. Haha. Haha.

Hum... não se falta alguma coisa. Se faltar perguntem à therstig, ela é minha segunda mãe e saberá o que fazer.

Espero que sintam minha falta,

Xoxo,

Mel Geve

Ah, mandem um beijo para o Antônio Cláudio do Cyber Point do clube. E para o meu grupo da Bostra.

E para as pessoas que não estão aqui presentes.. sorry. Mas eu amo vocês também, só que não o bastante.

Beto, não chora, Beto, não chora.

Hey! Esperem! Tem outra coisa: eu estou sentindo que esqueci de alguém muito relevante, tipo meu pai, uma coisa assim. Se alguém descobrir quem é essa pessoa – se eu lembrar eu aviso -, lhe entreguem qualquer coisa, premio de consolação, sabe?

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Não, eu não vou me matar, senhoras e senhores. E morrer não está nos meus planos. Mas a Lara deu a ideia e eu gostei.

domingo, 25 de outubro de 2009

Music is my lover.


Li um dia desses no Escape, um post lindo e absoluto sobre música (Music is my boyfriend). E sobre como a música te faz seguir em frente, sobre a sensação de estar sendo compreendido, de poder seguir em frente. De ouvir a música e sentir a felicidade te invadindo, te completando, te restituindo. Ou de ficar triste. Ou sentir raiva.

Li sobre como a música é algo incrível, sobre como ela faz bem. E eu concordo, pois nada manipula alguém melhor do que uma música. Um bom artista transmite sentimento em sua obra. E é fantástico ter, em um pequeno aparelho, dezenas de dezenas de sentimentos. Dezenas e dezenas de memórias. É maravilhoso poder sentir saudade, ou raiva, ou alegria; ao ouvir uma pessoa cantar uma música, seja qual ela for. É mais maravilhoso ainda, é se sentir descrito ao ouvi-la.

E é tão curioso que, às vezes, por mais positiva que seja a música, passa uma mensagem triste. Estou me sentindo contraditória, mudemos de assunto.

Impressiona-me como uma música pode marcar um momento, mesmo sem que você perceba ou queira. Se ouço The Only Difference, do Panic! At The Disco, lembro-me da ex namorada de um amigo e de um acampamento que quase fui. Mas ao ouvir I Will Survive, da Gloria Gaynor, a lembrança é de uma peça de teatro incrível que assisti na sexta série. Eu só acho mágico ter um diário numa playlist, ou uma sessão de terapia ouvindo Jack Johnson. Se eu não conhecesse a música Scars, do Papa Roach, teria gasto uma pequena fortuna num divã, para entender que não é possível mudar ou esquecer o passado. Music is my lover, not my boyfriend, Jú.

Mas a melhor das sensações musicais é a de vazio. É de não existir, de ser só mais um corpo no universo, de não ser nada. E ser tudo. É aquela coisa de sentir seu coração batendo junto com a bateria, de não conseguir ouvir seus pensamentos, só a guitarra. De não precisar se mover. O que eu mais amo fazer ouvindo música é vegetar.

Simplesmente, pois estou o tempo todo ligada; pensando, agindo, respondendo, revisando, corrigindo, escrevendo, lendo, vendo, trocando, alimentando, limpando, organizando, consertando, filosofando, escutando, pedindo, esperando, observando, procurando, respirando, esquentando, andando, suando, estudando e outros gerúndios. E às vezes, a única coisa que quero é parar. Parar, ligar meu iPod no volume máximo, na música mais barulhenta e envolvente que tenho e desligar-me. Não dormir, nem meditar, desligar. Parar de funcionar. Ou, quando o caso é mais grave, ficar pulando feito uma louca, até descontar tudo o que estou sentindo no chão. Ou no espelho. Ou no papel. Ou simplesmente gritar o mais alto possível. Gritar mais alto que a música, gritar até alguém bater na porta e perguntar se está tudo bem, gritar.

Não tem coisa melhor do que ouvir música e não conseguir escutar o que está pensando. Sinto como se não fosse mais eu, como se não tivesse mais alguém morando em meu corpo; perco os sentidos, sou habitada por uma voz, seguida dos mais diversos instrumentos. Sou possuída pelo ritmo, mesmo sem saber dançar e... e a sensação de vazio se transforma em um liquido, que transborda e então me sinto ainda menor, como se não coubesse tantas emoções em mim. E a música começa a escapar por meus fios de cabelo, por meus dedos, por minha voz. Sinto-me plena, completa.

Agradeço todos os dias por não ter – ou saber onde comprar, ou saber se existe – um fone de ouvido à prova d’água e um snorkel. Se os tivesse, passaria o dia inteiro com a cabeça dentro de uma bacia ouvindo música. O mais alto possível. Seria incrível unir as duas sensações mais perfeitas do mundo. Não que exista alguma coisa que seja “do mundo”, já que o mundo é grande demais para ter um único “melhor” ou “pior”. Sei lá. E se eu pudesse escrever debaixo d’água ouvindo música? Nossa. Tenho que parar de pensar em como reproduzir o Eden na minha casa. Fato.

Music is not my boyfriend, afinal namorados são um problema. E exigem muito tempo e paciência. E machucam. E no fim vão embora. Music is my lover, pois o maior problema que um amante pode causar é não ser discreto o suficiente, e ser descoberto. Não, o amante não causa peso na consciência, o que causa é a ação de trair e isso não é culpa da secretária, ou do personal trainner gostoso. Apesar de que eu não traio, então não tenho como saber. Que seja.

Music is my lover. E que assim seja.

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Dedico esse post à Júlia, que é linda e absoluta e me inspirou a escrever tudo isso. E o meu querido iTouch, que é o melhor terapeuta da história, claro.

Escrito ouvindo We Are Golden, Mika

sábado, 24 de outubro de 2009

Menina do Rio

Era uma vez,
a menina do rio

Menina cheia de histórias encantadas,
menina doce, risonha, do rio.

Menina quase Iara,
menina dos sonhos, desejos, do rio.

Menina de palavras,
menina de letras, versos, do rio.

Menina que não é do rio,
e sim do mar.
Do mar do Rio.

Amo minha menina do rio.
Seja ele minúsculo ou minúsculo.


(23/10/09)
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Para Mari Guimarães, minha menina do Rio.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Abrace-me

Eu preciso de um abraço,
um que abrace, que ajude,
um que salve, que segure.

Preciso de alguém que aceite me montar,
Que resolva o quebra cabeças,
Que solucione o mistério,
Que cole.

Preciso de alguém, de um abraço,
De qualquer coisa que, arrume minha alma.
Um abraço que integre, que conserte.

Então, pare de olhar, de pensar, de agir.
Pare de ser quem é,
Pare. Só pare!

E me abrace.

(26/09/09)
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Poemas de uma Mel morta de sono.

Quem?

Seus olhos,
Suas palavras,
Seus gestos.

O que você faz,
Como você faz...
Tudo diz mais do que meras palavras de perdão.

Afinal, o que são palavras?

O que você é,
é muito mais do que quem você é.

(12/09/09)

Posso?


Se eu pudesse,
Só se eu pudesse.. mesmo que por um segundo.

Se eu pudesse...
Ah! Se eu pudesse.
Mesmo que só uma vez.

Se eu pudesse,
Mesmo se eu não pudesse...
Só se eu pudesse...

Se eu pudesse, eu poderia!

(9/09/09)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cansei

Eu cansei. Estou cheia de tudo, de todos. Quero só sair correndo, fugir. Para o mais longe possível. Mudar de vida, recomeçar, reiniciar. Qualquer coisa.

Não agüento mais a pressão, os pedidos, os rancores e o passado. Cansei de meu passado. Detesto meu presente e a esperança para o futuro foi-se, faz tempo.

Não tem graça viver os dias querendo que chegue logo o amanha, que acabe a semana, qualquer coisa. Não tem graça entrar no cinema esperando os créditos; entrar nas lojas, esperando para pagar a conta; acordar querendo ir dormir.

A rotina é tão monótona e sair dela é tão apavorante que fico parada. E ficar parada é péssimo. Afinal, a prova não vai ser adiada se eu pedir para a professora, e eu não poderei entregar o trabalho atrasado por ter ficado parada. O tempo não para. E eu tenho que correr com ele, por mais cansada que esteja.

E é isso que me cansa, que me entristece, que me irrita. Essa pressão, essa correria, essa.. essa.. isso.

Sabe? Agora, assim que eu acabar isso, começarei a escrever a terceira parte de um projeto imenso que eu terei de entregar terça feira que vem. Mas tenho que acabar em até quarenta minutos, pois marquei hora na manicure e se eu demorar, ela atende outra pessoa.

Eu não agüento mais ouvir professores reclamando, pedindo mais e mais. Pedindo meu máximo. EU JÁ DOU MEU MAXIMO. Eu já faço tudo o que eu posso. Alias, já faço mais do que eu posso fazer.

Não, eu não estudei para a prova de ciências, tinha que arrumar o texto de inglês e terminar a segunda parte daquele imenso projeto anteriormente citado. Entretanto, fui bem na prova. Magnificamente bem. Só que tem gente que foi melhor. E é da minha natureza querer ser a melhor. Querer mais. Não vou ficar feliz sendo uma das melhores. Eu quero o topo. E não agüento mais querer isso. Estou cansada.

Cansei.

E cansei de escrever sobre meu cansaço.

Na verdade, acho que esse é o pior. Eu estou exausta. Exausta a ponto de cansar de escrever. Eu não agüento mais, não tenho energia para fazer o que eu mais amo fazer!

E eu quero ainda quero voltar à terapia, começar a fazer Kumon e teatro, além do inglês, da ginástica, do teclado e da aula, que eu ja faço. Sabe por que? Porque meu fucking professor de história (que é o maximo, um dos melhores professores que eu já tive) fica esfregando em nossas caras que ser bom não é bom o suficiente. Que se eu não for a melhor, se eu não fizer mais do que posso em tudo, serei passada. E que tudo é uma grande corrida, onde a linha de chegada, é o fim do mês. Ele só se esquece que depois do dia 31, tem o dia primeiro.

Cansei.

Agora, o que eu posso fazer em relação a isso? Nada. Só continuar a terceira parte do projeto, antes da manicure, do banho e do inglês. Para poder ir dormir na hora certa e amanha acordar com animo para ter duas aulas de espanhol, além das duas de português e da de geografia e.. e..

Cansei.

domingo, 16 de agosto de 2009

Run

Em tempos de guerra, quando não se pode confiar em ninguém e nada está no seu devido lugar, a solução parece ser inexistente e a tempestade teima a passar.

Quanto mais grave a situação fica, mais extremos passam a ser os sentimentos de quem a sente e tudo só piora. Isso gera medo, raiva, irritação e, principalmente, muito desgaste.

É nessas horas, quando o caos reina na terra, através de ex-amigos, que se deve respirar. Respirar direito, respirar de verdade. Liberar o ruim, o triste, a exaustão. Encher seu corpo de uma energia positiva, encher-se de esperança. Respirar.

E então, caso não de certo, corra. Corra para o mais longe possível, corra até não conseguir mais. Mas não fuja. Corra. Corra até sua família, até seus amigos. Corra até aonde não existe guerra, corra até os felizes alienados. Abrigue-se em seu porto seguro, sorria. Descanse. Respire.

Depois de tudo isso, volte a correr. De volta para a guerra.

Será este o momento de perceber que a guerra, não é tão feia assim. Que as coisas ainda têm cor, que ainda existe uma possível chance de vitória e que nem tudo está perdido. Corra e vença.

Por fim, respire.

sábado, 8 de agosto de 2009

AIQUEÓDIODESSAGAROTA.

Se eu achasse que é fácil esquecer do idiota, não teria escrito um conto (de 120 páginas, e nem está no meio) para mostrar o quão tudo ele é pra mim. Eu venho tentando, há exatamente 9 meses, esquecê-lo. É verdade. Eu realmente estou tentando apagar esse garoto da minha cabeça.

O problema é que SEMPRE que eu estou quase conseguindo, que eu só penso nele uma vez por dia, se não menos, alguém faz questão de me arrastar de volta ao fundo do poço.

Fevereiro: eu estava recém superada e nós voltamos a conversar.
Março: ele fucking vem falar comigo. Perguntar onde está a amiga dele.
Maio: mamãe inventa que eu devo chamá-lo para o meu aniversário.
Junho: papai tiras as fotos dele na festa junina e ele descobre. E lá vem mais uma discussão e mais uma puxada ao fundo do poço.
Julho: a garota vem e vai FALAR COM ELE. Observação, ele não a conhece. Ela não o conhece. A única pessoa em comum sou... EU!

Ela mora do outro lado do Brasil, não vai sobrar pra ela. Se as coisas começarem a apertar, basta deletar o orkut que ela está salva. Eu o vejo todo dia.

VAI SOBRAR PRA MIM, again.

“Ah, eu queria saber a versão dele da história”. NÃO! Ela se encantou pela criatura que eu descrevi e resolveu se aproximar, me usando como desculpa. A VERSÃO DELE da história IA aparecer no fim do conto. E no meio. E sempre que eu soubesse ou recebesse a versão DELE da história, eu colocaria lá.

E SE PODE CONFIAR NO QUE EU ESCREVO pois eu coloquei todos os meus erros, meus problemas e coisas que eu nem gosto de falar a respeito.

Mas é LÓGICO que ele foi extremamente fofinho ao falar sobre o motivo de ter desistido de mim e tudo mais. Simplesmente porque ele sabe como minhas amigas podem ser malvadas ao falar mal do dito-cujo e ele não queria aparecer mal na foto (coisa que SEMPRE acontece).

Eu confiei nela. De verdade. Agora estou pensando em excluí-la da minha vida, deleta-la da comunidade, excluí-la do MSN e tudo mais. Vontade de fazê-la sumir.

Ela me fez sonhar com ele, novamente. Fez-me voltar a imaginar como seria se fossemos amigos. Ela me fez ver hoje como O Dia 8 – Aniversário De 9 Meses.

Da vontade de pisar na pessoa.

Obrigada, Harry.

__

Observação: não é raiva dela, dela. É do fato de que, graças a essa pessoa, eu escorreguei poço a baixo. Mas não cheguei ao fundo. Isso nunca mais vai acontecer.
Até porque, eu nem ligo mais tanto assim pra ele. u_u

terça-feira, 28 de julho de 2009

É, quem dera.

E o despertador tocará as 6h25, como sempre. Eu me levantarei e abrirei a janela. Colocarei o meu uniforme mais bonito e calçarei meus All Stars, recém lavados.

Andarei até o banheiro e vou passar toda a maquiagem, se der tempo, alisarei o cabelo. Vou passar perfume, o mais perfumado e cheiroso de todos: o seu favorito. Escovarei os dentes duas vezes e me olharei novamente do espelho, ensaiando meu discurso e admirando minha beleza.

Tomarei o café da manha, ignorando meu nervosismo. Darei um beijo em minha mãe, outro em meu irmão e outro na babá dele.

Assim que entrar no elevador, pegarei meu iPod e colocarer debaixo da blusa para poder ouvir no caminho para a escola. A música? Valentines Day e A Place For My Head, do Linkin Park, claro.

Quando chegar, darei um abraço em todos os meus amigos direi que senti saudades e que morri de tédio nessas férias. Conversarei com a traidora, perguntarei da viagem. Enfim, matarei a saudade de todo mundo.

Assistirei as aulas e tentarei não morrer de tédio em algumas. No recreio, comprarei a fichinha para meu almoço: um misto quente e um refrigerante.

Pensarei em várias formas de me matar na aula de inglês e então começarei a rabiscar a folha. Quando olhar no relógio, verei que só se passaram dez minutos daquela tortura. Nada contra a professora, nada contra a matéria, nada contra a aula, nada contra o inglês. É que quando junta tudo...

Acabarei escrevendo alguma coisa chata e inútil.

Finalmente a aula chegará ao fim. Agora: almoço!

Ficarei repetindo para todos que eu AMO o almoço, não pela comida, mas pelas pessoas ali presentes.

Depois de comermos, vou falar para irmos para as escadas. Eu, A, B, C, D e E vamos nos sentar na escada e conversar sobre seja o que for. É sempre divertido.

E então a aula do colegial chegará ao fim.

Aos poucos as pessoas irão descer e eu vou as observar, esperando a mais importante. Os mais importantes.

O primeiro a aparecer será o F, quando o ver, abrirei o maior sorriso do mundo e lhe darei um daqueles abraços de cinema.

Atrás quem vem é a G, a quem eu direi: “Oii!” e ela vai dizer como eu sou fofa. Eles se sentarão nas escadas conosco, tornando a passagem ainda mais complicada.

Então, H. Só levantarei meus olhos para ele, fazendo minha melhor cara de “oh-não!-ele-chegou.-que-seja,-tanto-faz”. Ele vai falar: “Olazes”. E todo mundo, inclusive eu, falaremos: “Ah. Oi.”.

I descerá a escada, apressado e sorridente, como sempre. Eu me levantarei com um pulo, seguida de B e ambas o abraçamos. Estávamos com saudades.

Conversa vai, conversa vem e o sino tocará, anunciando o fim do almoço. B se levantará, rapidamente e me chamará.

Eu esperarei C. Meu coração começará a bater mais rápido, começarei a suar frio e minhas mãos congelarão. Chegou a hora.

_H.

_Sim? – ele vai perguntar, me olhando com desdém.

E eu não vou saber o que dizer! Vai ser TÃO constrangedor...

_Eu não tenho nada para te dizer – falarei. Tentando manter a calma e o rosto impassível.

_E o motivo disso é... – ele responderá.

E eu ficarei novamente sem palavras!

_Que eu superei. A Geve que chorava por você, implorava por perdão e dizia sentir saudades infelizmente MORREU. E não voltara mais. NUNCA MAIS. Eu estou aqui agora, sei o que é bom e o que não é. Você não é bom e não me faz bem. Já fez, mas não faz mais. Eu queria poder voltar a ser sua amiga, voltar a falar com você, voltar a ter aquela coisa que você chama de amizade. Falar sobre a geometria dos sentimentos e sobre nosso futuro em Las Vegas... Só que isso não vai acontecer. Eu desisto de você e não tenho problemas em falar isso. Você, Hzão Hzóide, me fez sofrer mais do que qualquer outro ser na face da terra e de boa, sai. Você é um lixo, nojento e despresivel e TODO MUNDO PASSOU 9 MESES tentando me mostrar isso. E eu não conseguia ver. Eu era uma cega nesse mar de sofrimento e você é um idiota. SEMPRE FOI. SEMPRE VAI SER. Eu não acredito que gastei tanto tempo da minha vida vivendo feito uma curadora de museus: afogada em lembranças de uma coisa que já acabou. Porque quando acaba, termina. Não acredito que levei tanto tempo para perceber isso. E ainda consigo imaginar esse discurso acabando com ‘a verdade é que eu sinto sua falta’. Mas não vai acabar assim. Pelo simples motivo de que você não é a pessoa que me faz sentir saudades. O Hzinho morreu faz 9 anos. Quer dizer, meses. NOVE MESES. E eu fiquei correndo atrás da parte podre dele, do cadáver dele. Hoje vejo o que é isso que você é: NADA. – acabarei de falar, tremendo. Tentando me lembrar do motivo de tudo aquilo.

Ele, que me olhava distraído, perceberá que eu estava falando e perguntará:

_Hum? – como se não tivesse ouvido.

Eu explodirei de raiva.

_Vai se danar. – E irei embora, batendo o pé e ao mesmo tempo orgulhosa de mim.

Vou ter aula de português e então irei embora, para casa. Tomarei banho, farei a lição de casa... Irei e voltarei do inglês andando. Quando chegar em casa, passarei um tempinho com minha mãe e com o J, meu irmão.

Hora de dormir. E de sonhar com ele, novamente.