sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Incapaz

Tenho lido frequentemente textos incríveis, de pessoas incríveis, em blogs incríveis. E isso acaba com o meu humor. Mas assim, acaba com estilo, pois depois que eu leio aquela enchente de metáforas, ideias, reclamações, sonhos e palavras, fico pensando no quão não-boa eu sou. Não sou ruim. Não escrevo mal. Pelo menos não mal a ponto de ser considerada péssima. Eu sei escrever, um pouco. E não, não estou sendo modesta, ou chata, esperando que digam que não, que sou ótima. Eu simplesmente não sou. Se sou, provem.

Bem, ao ler o que escrevem, perco a vontade – e a inspiração – de escrever. Nada que eu faça vai chegar aos pés do que leio. Isso frustra.

Viciei-me em Mario Quintana, pessoa que, pelo menos para mim, compete com Clarisse Linspector. Ambos brilhantes. Encanto-me. Fascino-me. E depois não consigo transformar toda essa admiração em palavras, coisa que me deixa ainda mais frustrada.

Que seja, vamos ao assunto do post: minha incapacidade.

Eu não sei dançar, nem cantar, nem tocar dezenas de instrumentos, não falo divinamente nenhuma língua e estou ficando insegura até pelo computador, que costumava ser meu refugio. Quer dizer, agora eu jogo duas palavras por frase no Eco4Planet (não uso mais o Google) para conferir a grafia e não postar errado. Não gosto de nenhuma atividade física - que não digitar. Mas eu não sei mais escrever bem. E isso não conta como exercício. Meu gosto musical é, basicamente, uma cópia do de meus amigos e eu leio mal em voz alta. Além disso, tenho o habito de roer unhas e não gosto de arrumar a cama. Sou um desastre em matemática e.. eu sou incapaz de assumir um monte de coisas, de me impor e de falar em público. Dedico-me principalmente a quem me rejeita e morro de vergonha de praticamente tudo. Sou incapaz.

A única coisa que me segurava eram as coisas que escrevia. Agora, nem isso mais tenho, pois descobri que não passo de uma pseudo-escritora. Ou de uma poseur-escritora, sei lá. Meu livro é um mar de futilidades em uma historinha infantil e adocicada. Esse blog é uma piada e meu conto... mano, meu conto é outro absurdo.


Eu sou incapaz. Cansei de escrever coisas ruins, e não sei o que fazer para melhorar, já que dou meu máximo e continuo não sendo boa o bastante.

Argh.

Se alguém ler isso – coisa que eu não acho provável, já que ninguém entra nessa droga -, vai me chamar de dramática, de exagerada, de ciumenta, invejosa e pá.

Eu não vou nem ouvir, também não sou capaz de ser essas coisas.

Agora, por favor, deixem-me viver meu momento Macabéa em paz.

Atenciosamente,

A Autora.

Um comentário:

  1. Passou? Passou, né? Graças a Deus.
    Agora ressuscita, bota uns cílios postiços, faz uma chapinha e vai à luta, maluca!!!
    NINGUÉM é bom em tudo. Ninguém é imune a erros. Nem o Mário Quntana, nem a Clarice Lispector. Ninguém. Principalmente quem acha que é.

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